Não me
considero retrógrada, entendo perfeitamente a preferência da Igreja que nos
últimos anos nos instiga à Iniciação Cristã, priorizando os adultos e sei
também o porquê do pedido (devemos cuidar para não fazermos a leitura ao
pé da letra e não priorizar um, desprezando o outro). Não sou alienada, faço
parte dessa sociedade de adultos batizados, não iniciados, católicos nada
comprometidos. A missão da Igreja é evangelizar, fazer discípulos
missionários... E quando dizemos "Igreja", nos referimos a todos:
Bispos, padres, ministros, catequistas, todas as pastorais (todas!!!) e
movimentos. Temos grandes progressos, iniciativas lindas em se tratando
da Iniciação à Vida Cristã.
Porém, em
muitos lugares, ainda se tem a idéia de que cabe aos catequistas a missão de
evangelizar e se existem "católicos" inconstantes, incrédulos,
nada comprometidos, isso se deve unicamente a "essa" catequese falha.
Que tal, nos unirmos e mostrarmos que de fato ‘somos um’ em Cristo e que todos
devemos assumir nosso compromisso de batizados. Não seria essa a pastoral
de conjunto que muitos documentos pedem? Iniciação Cristã é papel de toda
Igreja. Infelizmente ainda fazemos parte de uma Igreja, onde cada
pastoral está no seu quadrado.
Incomoda-me
quando ouço de palestrantes, lideranças, formadores, um certo
desprezo com relação à catequese com crianças, adolescentes. Precisamos sim,
ter consciência que a Iniciação à Vida Cristã, acontece num processo de
catequese continuada, rumo ao amadurecimento na fé, que em muitos casos,
inicia-se na idade infantil. A questão é iniciar na fé, todos os que nos
são confiados. Se iniciamos os pequeninos, deixemos de lado a
catequese infantilizada, sacramentalista, os formemos de maneira adulta,
na certeza de que essa remessa serão os adultos cristãos de amanhã. Se tivermos
essa preocupação, alguém lá na frente não vai precisar "retocar"
nosso trabalho, se ocupando em evangelizar os adultos que outrora foram nossos
catequizandos. Depois, quem trabalha com crianças, adolescentes, jovens, tem em
suas mãos uma grande oportunidade de evangelizar e tocar os corações da
família. Pois, não seria na catequese com crianças, o lugar onde se concentra o
maior número de adultos? Quantos desses foram de fato iniciados na fé? O que
não se concebe é não ter um trabalho de evangelização paralelo com essas
famílias no período da catequese.
Por outro
lado, devemos sim, correr atrás do prejuízo, evangelizando os demais
adultos de nossa comunidade, através de uma eficaz catequese de Iniciação com
adultos. A propósito, em sua paróquia existe um trabalho organizado para
acolher os adultos que querem se tornar cristãos? E melhor, existe um trabalho
missionário, que vá em busca desses adultos? Se não! Está na hora de elaborar um
plano de ação.
Termino
essa minha fala com as palavras de Pe Boris: "Acredito muito na força dos
catequistas, ministros da Palavra, não porque sejamos fortes, mas porque
servimos aquele que é a força da vida, que é o nosso Deus que se manifesta, se
revela não só nas Escrituras, mas de diversas formas, e nós somos servidores da
Palavra, portanto, portamos um tesouro valioso dentro de nós e que habita no
nosso meio." (Pe Boris Agustin Nef Ulloa- 1º Simpósio Animação Biblica da
Pastoral - regional sul 1- CNBB)
E é esse
tesouro valioso que precisamos fazer conhecido e amado por todos, não se
detendo nessa ou naquela faixa etária. Sabe qual foi a fonte de inspiração para
esse meu texto? Foi quando na noite de ontem, uma catequista, partilhava
comigo sobre como teria sido seu encontro com os pais de sua turma, uma
turma de pré catequese, crianças de 07, 08 anos. Uma mãe, emocionada dá seu
testemunho, ela dizia que sua filhinha de 07 anos tinha duas coisas que
sonhava, uma delas, era que a mãe participasse da missa com ela, pois até
então, ia à missa com a avó. Essa mãe, resolve atender ao pedido da filha.
Agora, se essa mãe não tivesse sido tocada por Deus, através da filha, ela
teria dado esse testemunho? Por isso, insisto, essa etapa é a oportunidade de evangelizar
um monte de adultos. Cabe ao catequista, perceber o momento de agir e não
ficado acomodado esperando a hora da graça passar.
Sendo
assim, trabalhemos com afinco, com crianças, adolescentes, jovens e adultos,
tendo um carinho todo especial pelos adultos afastados(sem radicalismo), pois
os adultos, cujos filhos estão na catequese, estão bem perto de nós e essa é a
hora de evangelizá-los.
Com
carinho!
Imaculada
Cintra, catequista apaixonada pelos pequenos, mas, consciente de que sou
catequista de “IVC”, com a missão de formar os futuros adultos cristãos e
evangelizar hoje os adultos afastados, batizados não evangelizados...
Olá...fico feliz de ver um texto meu por aqui... força e perseverança pra todos nós!
ResponderExcluirAbraços
Imaculada Cintra