segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

UMA REFLEXÃO NO LIMIAR DO ANO DE 2013


O Livro da Vida é dividido, à semelhança de um livro didático, em capítulos. Assim, podemos imaginar que a cada período de um ano corresponde um capítulo a ser escrito do seu Livro.
Então, quando 2012 começou ele era todo seu! Você detinha toda a autoridade sobre ele, como mais um capítulo a ser escrito.
Foi colocado em suas mãos, deixado com você. Você podia fazer o que quisesse. Era como um capítulo em branco e nele você podia escrever um poema, compor uma música, relatar um pesadelo, rabiscar uma blasfêmia, matar aulas do colégio ou desenhar uma oração. Certo?
PODIA! Hoje não pode mais, já não é seu. É um capítulo já escrito, concluído. É um capítulo muito peculiar que mesmo tendo sido escrito por você, ele um dia lhe será apresentado, com todos os detalhes e que, apesar de tudo, você não poderá corrigi-lo. Estará totalmente fora do seu alcance.
Portanto, antes que 2012 termine, reflita sobre ele, tome mentalmente seu velho capítulo nas mãos e o folheie com cuidado. Deixe passar suavemente cada uma das páginas pelas suas mãos e pela sua consciência; faça o exercício da leitura de você mesmo. LEIA TUDO! Aprecie aquelas páginas que gostaria de nunca ter escrito. Não, não tente arrancá-las. Seria inútil. Já estão escritas. Mas, você pode lê-las enquanto escreve o novo capítulo que lhe será entregue. Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu e evitar repetir as coisas ruins.
Para escrever o novo capítulo do seu Livro você contará novamente com o instrumento recebido do livre arbítrio e terá, para preenchê-lo, toda a imensa superfície do seu mundo. Se tiver vontade de beijar seu livro velho, beije-o. Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele. Não importa o estado em que ele esteja. Ainda que tenha páginas negras, guarde-o e diga apenas duas palavras:
Obrigado e Perdão!!!
 E quando 2013 chegar, lhe será entregue outro capítulo em branco, novo, limpo, que é todo seu, só seu (novamente!), no qual você irá escrever o que desejar.
Muitas felicidades pra você.  (autor desconhecido)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O SONHO DE MARIA



Maria, mãe de Jesus, teve um sonho.

Foi às vésperas da celebração do natalício de seu Filho.

Ao tomar café da manhã com seu esposo José, ela abriu seu coração.

Falando pausadamente, pensativa, com muitas exclamações e reticências, ela disse: “José, na noite passada tive um sonho”!... Não pude compreendê-lo! Realmente não!... Creio que se tratava do nascimento de nosso Filho. As pessoas estavam fazendo os preparativos com seis semanas de antecedência. Decoravam as casas e compravam roupas novas! Iam às compras e adquiriam sofisticados presentes! Algo estranho... pois os presentes não eram para o nosso Filho! Envolviam-nos com finíssimos celofanes e os enfeitavam com preciosos laços! Colocavam tudo debaixo de uma árvore! Sim, José, uma árvore, dentro de suas casas! E decoravam essa árvore também! Nos galhos, penduravam bolas, lâmpadas coloridas, e enfeites que brilhavam! Havia uma figura colocada bem no alto da árvore! Parecia ser um anjo! Era muito bonito!...

As pessoas se sentiam felizes e sorriam muito!... Todos estavam emocionados, cumprimentando-se, dando presentes! José... Não ficou nenhum para o nosso Filho!... Sabe, acredito que nem o conheciam, pois nunca mencionaram o Seu Nome durante toda a festa!...
Não parece estranho que as pessoas se preparem tanto... Façam uma festa tão grande e tão bonita para celebrar o aniversário de alguém, que nem sequer conhecem?... Sabe, José, tive a estranha sensação de que se o nosso Filho estivesse nessa celebração, seria considerado um intruso!...

Era tão maravilhosa aquela festa, José!... Todo mundo tão feliz!... Porém, eu senti uma enorme vontade de chorar!... Que tristeza para Jesus, não ser lembrado... e talvez, tão pouco desejado... em sua própria festa de aniversário!... Bem! Estou contente, aliviada, porque foi só um sonho!... Porém, que terrível seria, José, se tudo isso fosse realidade!...”

Como será a festa do natal de Jesus em sua família?

Como será celebrado o aniversário de Jesus em sua casa?

O “sonho de Maria” será apenas um “pesadelo” ou será uma triste e lamentável realidade?

Para que o natal de Jesus aconteça em sua vida e em sua família é importante tomar algumas providências, como:
- participar da caminhada da Paróquia ou das pequenas comunidades que se preparam para celebrar Jesus, por meio de uma Novena de Natal;
- preparar-se por uma santa confissão sacramental;
- preparar as casas ou apartamentos com uma decoração natalina que chame atenção para a pessoa de Jesus, o centro do natal;
- preparar a ceia natalina de tal forma que todos se sintam celebrando Jesus aniversariante;
- combinar com a família toda para participarem juntos de uma determinada santa Missa natalina;
- tomar consciência do sentido profundo da Comunhão Eucarística, como o momento mais significativo de um encontro muito pessoal com Jesus, o aniversariante, o Celebrado, a razão de ser do natal.

Será muito significativo, também, dentro das possibilidades, favorecer de alguma forma para que famílias carentes, órfãos e crianças, idosos, presos ou desempregados possam ter algo a mais para poderem celebrar com alguma alegria o santo natal de Jesus.

Fonte: Revista Brasil Cristão

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Mensagem



Desejo que o seu lar seja um presépio e o seu coração uma manjedoura, para que o Menino Deus, que vai nascer no Natal, reine em sua vida! (Pe.Manzotti)


sábado, 15 de dezembro de 2012

Mensagem de Natal de D.Fernando Saburido



 “Para encontrar a Deus, é preciso encontrar antes o ser humano”
Queridos irmãos e irmãs,

Com essas palavras, no dia 07 de dezembro de 1965, o papa Paulo VI iniciou o seu discurso para encerrar o Concílio Vaticano II. Assim, ele indicava o caminho para a missão da Igreja: encontrar o ser humano, ser irmão/irmã de toda humanidade.

Neste momento em que nossa arquidiocese, atendendo ao apelo do atual papa Bento XVI celebra o ano da fé, com novo ímpeto missionário, nos 50 anos da inauguração do Concílio, essas palavras de Paulo VI podem servir de rumo para nossa ação pastoral e para a celebração do Natal. De fato, em Jesus Cristo se torna plena verdade a palavra do Gênesis: “Façamos o ser humano à nossa imagem e semelhança” (Gn 1, 27). São Paulo afirmou: “O Cristo é a imagem do Deus invisível, primogênito de toda criação” (Cl 1, 15). Para confirmar e reforçar o ímpeto missionário que perseguimos, desde a Assembleia de 2010, nossa Igreja particular de Olinda e Recife está trabalhando o seu “Plano Arquidiocesano de Pastoral” tendo como fonte motivadora, dentre outras, a eclesiologia e a dimensão pastoral do Concilio Vaticano II, que ainda tem muito a nos ensinar.

No Natal, Deus chama a todos nós a ser humanos como Jesus. Esse é o caminho para cada um de nós e também para a Igreja como comunidade de discípulos do Senhor. A missão primeira é viver o seguimento de Jesus. Na casa do centurião Cornélio, o apóstolo Pedro resumiu assim a missão de Jesus: “Jesus de Nazaré foi o homem consagrado (ungido) por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos, porque Deus estava com Ele” (At 10, 38). Se a missão de Jesus foi essa; como Igreja, a nossa não pode ser outra: abrir-nos ao Espírito de Deus que nos preenche. Ser cheios do Espírito é a dimensão primordial da fé. Ser cheios do Espírito tem como primeiro sinal fazer o bem e cuidar dos que sofrem. É a dimensão profética e social da fé, essencial e indispensável à missão da arquidiocese. Esse cuidado com os mais pobres é o sinal mais visível e claro da presença e da atuação de Deus em nós. O Natal nos convida a viver isso não como trabalho ocasional, mas como missão que toma a vida inteira e condiciona nosso modo de ser.

Estamos acompanhando com dor e inquietação o drama que está vivendo a população carente do sertão, no Nordeste do Brasil. Pessoas humanas sobrevivem, em condições precárias, graças à bolsa família ou estiagem oferecida pelo governo, enquanto os animais e as plantas morrem, impiedosamente, por falta de água e alimento. Perguntamo-nos: Até quando a miséria do povo será usada para promover o paternalismo e beneficiar políticos inescrupulosos? Porque não investir, para valer, na convivência com o semiárido, a exemplo de outros países que vivem experiências semelhantes, com inteligência e vontade? Que nossas pessoas e nosso modo de viver sejam como a gruta de Belém, útero de uma vida nova para nós e para o mundo todo.

Com esse apelo pastoral, desejo a todos os irmãos e irmãs uma celebração renovadora do Natal e boas festas de final de ano.
Dom Antônio Fernando Saburido, OSB
Arcebispo de Olinda e Recife

domingo, 9 de dezembro de 2012

2º Domingo do Advento



  
    PARTILHA DA PALAVRA
    ANO LITÚRGICO C - 2º Domingo do Advento
1ª Leitura - Br 5,1-9
1 Despe ó Jerusalém, a veste de luto e de aflição,
e reveste, para sempre, os adornos da glória
vinda de Deus.
2 Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus e põe na cabeça o diadema da glória do Eterno.
3 Deus mostrará teu esplendor, ó Jerusalém,
a todos os que estão debaixo do céu.
4 Receberás de Deus este nome para sempre:
'Paz-da-justiça e glória-da-piedade'.
5 Levanta-te, Jerusalém, põe-te no alto
e olha para o Oriente!
Vê teus filhos reunidos pela voz do Santo,
desde o poente até o levante,
jubilosos por Deus ter-se lembrado deles.
6 Saíram de ti, caminhando a pé, levados pelos inimigos.
Deus os devolve a ti, conduzidos com honras,
como príncipes reais.
7 Deus ordenou que se abaixassem
todos os altos montes e as colinas eternas,
e se enchessem os vales, para aplainar a terra,
a fim de que Israel caminhe com segurança,
sob a glória de Deus.
8 As florestas e todas as árvores odoríferas,
darão sombra a Israel, por ordem de Deus.
9 Sim, Deus guiará Israel, com alegria,
à luz de sua glória, manifestando a misericórdia
e a justiça que dele procedem.
Palavra do Senhor.
2ª Leitura - Fl 1,4-6.8-11
Irmãos:
4 Sempre em todas as minhas orações
rezo por vós, com alegria,
5 por causa da vossa comunhão conosco
na divulgação do Evangelho,
desde o primeiro dia até agora.
6 Tenho a certeza de que
aquele que começou em vós uma boa obra,
há de levá-la à perfeição até ao dia de Cristo Jesus.
8 Deus é testemunha de que tenho saudade de todos vós,
com a ternura de Cristo Jesus.
9 E isto eu peço a Deus:
que o vosso amor cresça sempre mais,
em todo o conhecimento e experiência,
10 para discernirdes o que é o melhor.
E assim ficareis puros e sem defeito
para o dia de Cristo,
11 cheios do fruto da justiça
que nos vem por Jesus Cristo,
para a glória e o louvor de Deus.
Palavra do Senhor.
Evangelho - Lc 3,1-6
1 No décimo quinto ano do império de Tibério César,
quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia,
Herodes administrava a Galiléia,
seu irmão Filipe, as regiões da Ituréia e Traconítide, e Lisânias a Abilene;
2 quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes,
foi então que a palavra de Deus
foi dirigida a João, o filho de Zacarias, no deserto.
3 E ele percorreu toda a região do Jordão,
pregando um batismo de conversão
para o perdão dos pecados,
4 como está escrito
no Livro das palavras do profeta Isaías:
'Esta é a voz daquele que grita no deserto:
'preparai o caminho do Senhor,
endireitai suas veredas.
5  Todo vale será aterrado,
toda montanha e colina serão rebaixadas;
as passagens tortuosas ficarão retas
e os caminhos acidentados serão aplainados.
6 E todas as pessoas verão a salvação de Deus''.
Palavra da Salvação.
Comentário
João Luiz Correia Júnior
Chegamos ao segundo domingo do Advento.
Estas semanas que antecedem o Natal configuram um tempo precioso para as pessoas de fé cristã renovarem a esperança de que dias melhores virão.
A esperança é a expressão visível da fé, confiança inabalável em Deus.
Quem cultiva a fé, fortalece a confia em Deus e não se deixa dominar pelo pessimismo ou pelo mau humor. Quem tem fé vive na esperança de que dias melhores virão, saboreando, desde já, com alegria interior, essa boa notícia...

Na primeira leitura, o texto do livro de Baruc é um empolgante incentivo para o povo superar a dor das perdas e da aflição, soerguer-se e pôr-se de pé, com grande alegria, pela chegada a qualquer momento de dias melhores...
“Israel” é tomado como símbolo desse povo finalmente libertado e conduzido por Deus, em sua misericórdia e justiça...
Conduzido por Deus, o povo caminhará com firmeza e segurança. É o que está escrito no belíssimo poema encontramos nos versículos 7 a 9 do livro de Baruc:
7 Deus ordenou que se abaixassem
todos os altos montes e as colinas eternas,
e se enchessem os vales, para aplainar a terra,
a fim de que Israel caminhe com segurança,
sob a glória de Deus.
8 As florestas e todas as árvores odoríferas,
darão sombra a Israel, por ordem de Deus.
9 Sim, Deus guiará Israel, com alegria,
à luz de sua glória, manifestando a misericórdia
e a justiça que dele procedem.

Paulo, na segunda leitura, revela a sua alegria por causa da comunhão que os Filipenses mantêm com ele, no que se refere à divulgação do Evangelho.
Nesse espírito de comunhão, o Apóstolo Paulo pede a Deus que os filipenses cheguem santificados ao dia de Cristo Jesus, por meio:
1) do amor, sempre mais;
2) do conhecimento e da experiência;
3) do discernimento sobre o que é o melhor...


No Evangelho, o texto de Lucas apresenta o cenário para a chegada definitiva do o dia de Cristo Jesus.
Interessante notar os detalhes do tempo e do lugar em que João começa a profetizar. Esse é um artifício literário para expressar que o Cristo Jesus irrompe na história recente do povo de Israel:
- no 15º ano do império de Tibério César;
- quando Pôncio Pilatos era governador da Judéia;
- quando Herodes administrava a Galiléia, seu irmão Filipe, as regiões da Ituréia e Traconítide, e Lisânias a Abilene;
- quando Anás e Caifás eram sumos sacerdotes.

Nesse período historicamente situado, surge o profeta João, percorrendo toda a região do Jordão, pregando um ritual simbólico nas águas do rio, que representa a purificação dos pecados e a consequente mudança de vida.
O precursor João Batista é comparado com “a voz daquele que grita no deserto...”, para preparar o caminho do Senhor, conforme está escrito no livro do profeta Isaías 40,3-5:
“Preparai o caminho do Senhor,
endireitai suas veredas.
Todo vale será aterrado,
toda montanha e colina serão rebaixadas;
as passagens tortuosas ficarão retas
e os caminhos acidentados serão aplainados.
Naquele dia, “todas as pessoas verão a salvação de Deus''

No Evangelho de Lucas, a salvação que vem de Deus é um evento que irrompe em nossa história cotidiana. Para que todos possam vê-la, concretizando-se diante dos olhos, é necessário um tempo de preparação, no qual se faça todo um trabalho de “terraplanagem”: “Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas”.
Claro que não se trata aqui de um trabalho de engenharia de estradas, mas de um trabalho social, em que os desníveis sociais deverão ser aplainados. Uma sociedade em que não haverá mais ricos nem pobres, fartos e famintos, incluídos e excluídos... Uma sociedade em que todos possam viver com a dignidade de filhos e filhas do mesmo Pai.
Sem dúvida, uma outra forma de organização social é possível. Desse modo, TODAS AS PESSOAS verão a salvação de Deus, em sua justiça e misericórdia...
Seguir Jesus em seu discipulado consiste, portanto, em preparar os caminhos para que o Senhor Deus possa, finalmente, reinar.
Trata-se, exatamente, de uma parceria entre Deus e as pessoas de boa vontade. Somos todos corresponsáveis para que dias melhores possam vir muito em breve, em nosso contexto histórico.
Deixemo-nos influenciar por essa boa nova, com alegria, em pleno Advento.