"E agora, onde coloquei a
receita?"
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Se é que isso é possível...
Mas vamos lá, vamos ser otimistas e acreditar que ela existe
e está logo ali.
Não gosto de dar "receita"... mas depois de um
"papo" que rendeu mais de 78 comentários no Facebook, é preciso dizer
alguma coisa. Aliás, fui "intimada" a dizer.
Enfim, como mudar a nossa catequese? Como "animar"
nossas crianças? Como fazê-los gostar da catequese e da nossa religião? Como
fazer os pais participarem? Como fazer da catequese prioridade para os párocos
e demais lideranças?
Bom, se vocês pensam que conseguimos responder essas
perguntas nos nossos 78 comentários, tirem o cavalinho da chuva!
rsrsrrs...
Sem contar que ainda surgiram outros "entraves"
que encontramos todos os dias na nossa missão: falta de espaço físico, descaso
de funcionários da paróquia, falta de vontade dos próprios catequistas,
empurra-empurra de responsabilidades, fofocas, o "nem aí" dos padres,
a catequese ser "só mais uma pastoral", enfim... Coisinhas que
poderiam ser evitadas, pra começar, só com boa vontade.
Mas nós chegamos a uma conclusão básica:
NÃO SE FAZ CATEQUESE COM CRIANÇAS SEM FAZER, TAMBÉM, COM
ADULTOS.
E quem são estes adultos? A família das crianças? Não teria
mais “adulto” nessa história? E como fazer catequese com a família? Inventar
encontros de pais em que quase ninguém comparece? Inútil e frustrante.
E olha que esse "povo adulto" pode ser até nossos
próprios colegas catequistas...
Colocar a tal "Catequese familiar" como
prioridade. Bingo! Achamos o primeiro ingrediente necessário...
Mas só se isso for REALMENTE levado a sério pela comunidade
eclesial, senão não passará de mais uma "atividadezinha", inventada
por catequistas que acham que ninguém tem o que fazer e amam ler documentos...
Precisa-se envolver TODA a Igreja nisso.
Para reforçar, coloco aqui uma coisa que diz o DNC (é, sou
"daqueles"! Que não tem o que fazer e amam ler documentos,
rsrrsrs...):
"A Igreja transmite a fé que ela mesma
vive e o catequista é um porta-voz da comunidade e não de uma doutrina
pessoal." (DNC 39).
Por aí se vê que não se faz nada SOZINHO! E que a Igreja não
é “sua”, nem é “você”. Ainda mais se
você é um simples catequista "ninguém" e o povo da coordenação também
"dorme no ponto". Mas se você é da coordenação: tem o PODER! Ou
deveria ter...
Os coordenadores da catequese fazem parte do Conselho
Pastoral e tem voz lá. Podem levar às demais lideranças os anseios,
necessidades, aspirações, dificuldades, choradeiras, etc. e tal... Podem
acreditar que se vocês contarem das experiências que estamos vivendo, eles
nunca mais serão os mesmos! Terão pesadelos por semanas...
Ah! E tem mais: "o
catequista é um autêntico profeta, pois pronuncia a Palavra de Deus, na força
do Espírito Santo.", isso ainda no 39. E no 41: "a catequese educa para a vida de
comunidade, celebra o compromisso com Jesus”.
Então? Por que ter medo? Vamos botar a boca no trombone.
Profeta que se preza "profetiza"! Não tem barriga de baleia que
esconda a gente. E muito menos vamos esperar crescer um pé de mamona em cima da
gente...
Tarefas da catequese: EDUCAÇÃO, INICIAÇÃO E INSTRUÇÃO.
Tarefas da catequese: EDUCAÇÃO, INICIAÇÃO E INSTRUÇÃO.
E vocês acham que isso é só pra criançada? Não, é pros
adultos também. E deve começar na marmanjada que está na paróquia, que
participa das outras pastorais, trabalha na paróquia, inclusive aquele que
"reza" a missa... E que acham "lindo" o dia da Primeira
Comunhão na comunidade, sem saber o quanto de sangue, suor e lágrimas você
derramou pra isso...
Eu penso que nada, nada mesmo, faremos sem que um verdadeiro
“CONSELHO” se faça na paróquia, levantando todas as dificuldades pelas quais a
catequese e com isso, a própria paróquia, passa. E disso depende o futuro da
nossa Igreja e, mais grave ainda, da nossa FÉ na Igreja de Nosso Senhor Jesus
Cristo. O tesouro da fé precisa ser recebido, vivido e crescido no coração de
cada catequizando para que a Igreja cresça. E isso quem diz é o DNC também...
Finalizo aqui o primeiro capítulo do "livro" que
as meninas me convocaram a escrever sobre nossas discussões.
Não basta que só "eu" sinta que temos problemas e
que não estamos indo a lugar algum.
Primeiro passo de mudança: Convoque a equipe de catequese da
paróquia. Sente, avalie, exponha os “podres”, “lave a roupa suja”, só não bata
em ninguém... Coloque no papel os problemas que a catequese está vivendo. Mas,
PELAMORDEDEUS! Pelo amor que você tem à catequese: não engavete o relatório!
Não deixe isso só no “falatório”, não faça disso só mais um "blá blá
blá". Leve ao pároco, insista em colocar o Conselho Pastoral a par da
situação. É para isso que ele serve. Não se faz reunião de conselho só pra
tomar chá e discutir onde vai o dinheiro da festa.
Não é possível que a paróquia não tenha espaço físico para
acolher as crianças! Não é possível que você não tenha acesso a uma chave de
porta! Não é possível que o pároco pense que "problema da catequese"
tem que ser “resolvido pela catequese"! O primeiro catequista da paróquia
é ele! E se alguém perguntar "e eu com isso?" Dê-lhe uma
chulapa e pergunte: "Quer ser coordenador pra que?" Tem que agir e
honrar a “camisa”!
E se você não é coordenador nem do mural de aniversários?
Paciência... PACIÊNCIA NADA! Vai já conversar com o coordenador (a)! Ou vai
sofrer até a aposentadoria? Que, aliás, ouvi dizer, é deprimente... lustrar
sibório, lavar sanguinho, manustérgio, trocar água e vinho da galheta... Ah,
isso é tarefa de ministro! Pois é, então nem isso vai ter pra fazer...
Esse é o primeiro ingrediente da receita:
TRABALHAR EM COMUNIDADE. Chamar as lideranças pra
"responsa"!
VAMOS LÁ! Não perca os próximos capítulos...
Ângela Rocha
Catequista amadora
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