quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Homilia do Santo Padre na santa missa da Jornada dos catequistas, em 29 de setembro.



Francisco: "Se perdermos a memória de Deus também nós perdemos a consistência"

Roma, 29 de Setembro de 2013 (Zenit.org) |
Na manhã desse domingo às 10.30 (hora de Roma), o santo padre celebrou a santa missa pela Jornada dos Catequistas, por ocasião do Ano da Fé, na praça de São Pedro. Publicamos a seguir a homilia:
1 . “Ai dos despreocupados de Sião e daqueles que se consideram tranquilos, ... deitados em leitos de marfim” (Am 6,1.4 ), comem, bebem, cantam, se divertem e não se preocupam com os problemas das outras pessoas.
Estas palavras do profeta Amós são duras, mas chamam a atenção sobre um perigo que todos nós corremos. O que é que este mensageiro de Deus denuncia, o que é que coloca diante dos olhos de seus contemporâneos e até mesmo diante de nossos olhos hoje? O risco do conforto, da comodidade, da mundanidade na vida e no coração, de colocar no centro da nossa vida o nosso bem-estar. É a mesma experiência do rico do Evangelho, que vestia roupas de luxo e todos os dias se dava abundantes banquetes; isto era importante para ele. E o pobre que estava à sua porta e não tinha nada para matar a fome? Não era problema dele, não lhe dizia respeito. Se as coisas, o dinheiro, a mundanidade se tornam o centro da vida, elas nos prendem, nos possuem e nós perdemos a nossa própria identidade de homens: olhem bem, o rico do Evangelho não tem nome, é simplesmente “um rico”. As coisas, o que possui, são o seu rosto, não tem outros.
Mas tentemos perguntar-nos: por que é que isso acontece? Como é possível que os homens, talvez também nós, caiamos no perigo de encerrar-nos, de colocar a nossa segurança nas coisas, que no final das contas nos roubam o rosto, o nosso rosto humano? Isso acontece quando perdemos a memória de Deus. " Ai dos despreocupados de Sião", dizia o profeta. Se não há memória de Deus, tudo fica nivelado, tudo vai para o ego, para o meu bem-estar. A vida, o mundo, os outros, perdem a consistência, não contam para nada, tudo se reduz a uma única dimensão: o ter. Se perdemos a memória de Deus, até nós mesmos perdemos consistência, até nós nos esvaziamos, perdemos o nosso rosto como o rico do Evangelho! Quem corre atrás do nada torna-se ele mesmo um nada – diz outro grande profeta, Jeremias (cf. Jer 2,5 ) . Nós somos feitos à imagem e semelhança de Deus, não à imagem e semelhança das coisas, dos ídolos!
2 . Agora, olhando para vocês, me pergunto: quem é o catequista? É aquele que protege e nutre a memória de Deus; a guarda em si mesmo e sabe despertá-la nos outros. É bonito isso: fazer memória de Deus, como Nossa Senhora que, diante da ação maravilhosa de Deus na sua vida, não pensa na honra, no prestígio, nas riquezas, não se fecha em si mesma. Pelo contrário, depois de ter acolhido o anúncio do Anjo e de ter concebido o Filho de Deus, o que faz? Vai, visita à anciã parente Isabel, também grávida, para ajudá-la; e no encontro com ela o seu primeiro ato é a memória do atuar de Deus, da fidelidade de Deus na sua vida, na história do seu povo, na nossa história: “A minha alma engrandece ao Senhor ... pois olhou para a humildade da sua serva... de geração em geração a sua misericórdia " (Lc 1,46.48.50 ) . Maria tem memória de Deus.
Neste cântico de Maria tem também a memória da sua história pessoal, a história de Deus com ela, a sua própria experiência de fé. E assim é para cada um de nós, para cada cristão: a fé contém precisamente a memória da história de Deus conosco, a memória do encontro com Deus, que se move primeiro, que cria e salva, que nos transforma; a fé é memória da sua Palavra que aquece o coração, das suas ações de salvação com que nos dá vida, nos purifica, nos cura, nos alimenta. O catequista é precisamente  um cristão que coloca esta memória ao serviço do anúncio; não para se mostrar, não para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor, da sua fidelidade. Falar e transmitir tudo o que Deus revelou, ou seja, a doutrina na sua totalidade, sem tirar ou acrescentar.
São Paulo aconselha especialmente ao seu discípulo e colaborador Timóteo uma coisa: “lembra-te, lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, que eu anuncio e pelo qual sofro (cf. 2 Tm 2, 8-9). Mas o apóstolo pode dizer isso porque ele se lembrou primeiro de Cristo, que o chamou quando era um perseguidor dos cristãos, o tocou e transformou com a sua Graça.
O catequista, então, é um cristão que carrega consigo a memória de Deus, se deixa guiar pela memória de Deus em toda a sua vida, e sabe como despertá-la no coração dos outros. Isso é exigente! Compromete toda a vida! O que é o mesmo Catecismo, senão memória de Deus, memória da sua ação na história, do seu ter-se feito próximo em Cristo, presente na sua Palavra, nos Sacramentos, na sua Igreja, no seu amor? Caros catequistas, pergunto-lhes: nós somos memória de Deus? Somos realmente como sentinelas que despertam nos outros a memória de Deus, que aquece o coração?
3. "“Ai dos despreocupados de Sião", diz o profeta. Qual o caminho a ser seguido para não virar pessoas “despreocupadas”, que colocam a sua segurança em si mesmas e nas coisas, mas homens e mulheres da memória de Deus? Na segunda leitura, São Paulo, escrevendo a Timóteo, dá algumas indicações que podem marcar também a trajetória do catequista, o nosso caminho: seguir a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão (cf. 1 Tm 6 , 11) .
O catequista é homem da memória de Deus  se tiver um relacionamento constante, vital com Ele e com os outros; se for homem de fé, que confia realmente em Deus e coloca Nele a sua segurança; se for homem de caridade, de amor, que vê a todos como irmãos; se for homem de “hypomoné”, de paciência, de perseverança, que sabe lidar com as dificuldades, provações, fracassos, com serenidade e esperança no Senhor; se for  homem manso, capaz de compreensão e de misericórdia.
Peçamos ao Senhor para sermos todos homens e mulheres que guardem e alimentem a memória de Deus na própria vida e saibam despertá-la no coração dos outros. Amén.
Tradução Thácio Siqueira

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Sacramento da Eucaristia _ Prof. Ir. Flávia



Introdução aos 10 Mandamentos - Prof. Aderson Viana



Para refletir:
1º) Qual a chave que abre o sentido dos 10 mandamentos?
R. “Eu sou Javé” . Reconhecer que quem tá falando é Javé (Eu Sou). Identidade do amor de Deus.

2º)  Que caminho os 10 Mandamentos nos indicam?
R. Indicam o caminho que o povo deve percorrer desde a casa da escravidão (Egito)  até a plena liberdade  junto de Deus. Ex 19
Pela lei dos 10 Mandamentos Deus oferece o caminho certo para:
1.      O povo nunca mais voltar a viver na escravidão;
2.      O povo conservar a liberdade que conquistou saindo do Egito;
3.      O povo viver na justiça e na fraternidade;
4.      O povo ser um povo organizado, sinal de Deus no mundo;
5.      O povo organizado em comunidade ser uma resposta ao clamor de toda a humanidade;
6.      O povo ser um anúncio e uma amostra daquilo que Deus quer para todos;
7.      O povo chegar à pátria perfeita do amor de Deus e ao próximo.
3º) Quais as sete perguntas que orientam o estudo de cada mandamento?
1.      Qual o clamor ou qual a opressão que este mandamento quer combater?
2.      Qual o bem ou qual o valor que este mandamento quer introduzir  na vida do povo?
3.      Como os maus fariseus do tempo de Jesus observavam este mandamento?
4.      Como Jesus observou e completou este mandamento?
5.      Como este mandamento está sendo observado por cada um de nós?
6.      Como este mandamento está sendo observado no nosso país como um todo?
7.      Como este mandamento pode iluminar os trabalhos da comunidade?
            4º) 1º ao 3º mandamentos das exigências do amor de Deus (Mt,22,37-38) – Respondendo as sete perguntas acima:
Primeiro Mandamento: ‘’AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS’’   Êxodo 20,3-6
            1. Não adorar outros deuses, não fazer ídolos e não prostrar-se diante deles, nem servi-los               
            2. O amor a Deus sobre todas as coisas entre o céu e a terra.
               3. Eles eram tementes a Deus, mas eram incoerentes com a prática da lei. Eles ensinavam,  mas não a praticavam.
            4. Jesus observou que não mais havia amor ao próximo e completou: ‘’Amai a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. ’’
            5. Observo que meu amor a Deus é verdadeiro quando amo ao meu irmão e que este amor deve ser revelado ao próximo (nossos irmãos), em obras e serviços.
            6. O povo brasileiro está sendo cada vez mais individualista, buscando mais bens materiais do que espirituais. Trocando o Deus verdadeiro por idólatras, tais como: dinheiro, poder, status, prazer, etc.
            7. Levar para a comunidade um Deus misericordioso, justo, amoroso em forma de atos de solidariedade e fraternidade.
Grupo 1: Tânia Mara, Amarildo, Valéria Luíza, Norma e Gilene.
            Segundo Mandamento: “NÃO TOMAR SEU SANTO NOME EM VÃO” Ex 20,7
1.      A manifestação do nome de Deus para justificar  e reforçar a opressão.
2.      Saber respeitar as coisas santas;
3.      Eles invocavam o nome de Deus para oprimir o povo. Diziam “Senhor, Senhor, mas não praticavam a Palavra de Deus.
4.      No Sermão da Montanha Jesus disse para não jurar em hipótese alguma. Mais que isso vem do maligno. (CIC 2153)
5.      Não usamos o nome de Deus em vão.
6.      No Brasil o nome de Deus é banalizado em músicas, pelos políticos e na mídia.
7.      A comunidade deverá usar o nome de Deus para bendizê-lo, louvá-lo e glorificá-lo.
Grupo 2 composto por: Tereza Diniz, Mª Dalva de Souza, Nildson Elias e Aluízio dos Santos.
            Terceiro Mandamento: “GUARDAR DOMINGOS E FESTAS” Ex 20,8-11
1.      De santificação do dia do Senhor. Combater os prazeres que o mundo nos oferece.
2.      Um momento de repensar nossos valores e se eles estão adequados ao que o Senhor nos pede. E traçar metas para o nosso caminhar.
3.      Não davam importância a este dia.
4.      Cristo permite que mesmo no dia do Senhor devemos praticar o bem, o amor, a compaixão porque o sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado.
5.      Como estamos na caminhada da santidade procuramos respeitar e por em pratica este mandamento.
6.      Para alguns, trabalho, para outros com a família, para outros ainda o dia dos prazeres do mundo.
7.      Despertar para o verdadeiro sentido do dia do Senhor que é expressar a nossa gratidão e lealdade ao Senhor.
Grupo 3: Eliana Cristina, Maria das Dores, Cíntia Santos, Laura Alves e Semíramis Costa.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Congresso Internacional de Catequese - Parte 01



Cerca de mil e seiscentas pessoas entre bispos, catequistas, agentes de pastoral, docentes e especialistas de 51 países participaram, no Vaticano, do Congresso Internacional de Catequese, ocorrido de 26 a 28 de setembro. Do Brasil esteve presente uma delegação com 50 pessoas, entre elas o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética, dom Jacinto Bergmann.
A abertura do encontro foi presidida pelo secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, dom Octavio Ruiz Arenas. Em entrevista à Rádio Vaticana, dom Ruiz explicou que o objetivo do congresso, que teve como tema O catequistas, testemunha da fé, foi “renovar e relançar o desejo de conhecer melhor o Catecismo da Igreja Católica”. Segundo o bispo, os participantes aprofundaram, especialmente, a primeira parte do Catecismo. “Esse Congresso quer assim aprofundar, sobretudo, aquilo que se encontra na primeira parte: todo o mistério da revelação de Deus, oferecido pela verdade que o Senhor nos dá para a salvação e a nossa resposta. Há também a necessidade de transmitir a fé com 'fidelidade'”, disse.
Já o presidente do mesmo Pontifício Conselho, dom Rino Fisichella, falou sobre a catequese no contexto da nova evangelização. Lembrou que, a partir das atuais necessidades, a Igreja é chamada a evangelizar em várias realidades e contextos diferentes, considerando-se a rapidez das informações, o domínio da técnica, o analfabetismo religioso, entre outros. Ressaltou, ainda, que a catequese marca um momento central da História da Igreja. Para o bispo, a catequese não só faz os cristãos, mas ajuda os fiéis a aprofundar a própria identidade.
(http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/biblico-catequetica/12926-em-congresso-internacional-papa-lembra-que-ser-catequista-e-uma-vocacao)

Roma, 27 de Setembro de 2013

Hoje foi um dia intenso e maravilhoso, pois no final do congresso tivemos a presença simples e afetuosa do Papa Francisco que nos trouxe uma mensagem de uma Igreja catequética itinerante, que não pode ter medo de ir às periferias, pois ali Deus está. Que  não deve se fechar, mas se colocar na estrada, preferindo correr o risco de acidentes, do que viver fechado, que pode conduzir a uma Igreja doente.

Com a conferência: “Memória Fidei”: O dinamismo do ato da fé (memória, evento, profecia) realizada pelo Prof. Pe. Pierangelo Sequeri, Presidente da Faculdade Teológica da Itália (Milão) nos foi apresentado que a memória Jesus é o primeiro e fundamental elemento constitutivo da memória fidei da Igreja, transmitida de geração em geração e anunciada em todos os cantos da terra: Na  confissão da fé, na celebração dos sacramentos,  no caminho das comunidades, na pregação. É impossível comunicar a fé cristã em Deus sem alargar a memória evangélica de Jesus e a memória apostólica da fé N’Ele. (DV 5-6)
Foram destacados alguns pontos:
1-    A memória Jesus como princípio e norma: a revelação como evento inclusivo da fé apostólica;
2-    A memória fidei como argumento da lealdade intelectual e da coerência teológica da didaskalia;
3-    A escritura evangélica como dispositivo metodológico da correlação da história de Jesus e o acesso à fé;
4-    Memória, didaskalia, profecia. O exercício da esperança dos seus fiéis a cerca do evento de Deus na história.
A conferência proferida pelo Pe. Robert Dodaro, O.S.A., Presidente do Instituto Patrística Agostiniano da Pontifícia Universidade Lateranense, teve por tema “Traditio e Redditio Symboli”. O nosso sim a Deus. Nos fez refletir sobre a questão de como se pode pensar a tradição da Igreja com métodos e linguagens adaptados ao tempo e a cultura em que vivemos. Esta questão ilustra duas aplicações da antiga doutrina retórica grega e latina da propriedade lingüística como uma técnica sistematicamente empenhada pelos padres da Igreja.
No campo catequético é preciso adaptar o ensino da Igreja à condição atual das pessoas de hoje. Superando o estilo e o monopólio e influência retórica da mídia moderna que prevalece sobre a mensagem cristã. A  Igreja não precisa criar meios de comunicação para competir com a “mass mídia”, mas precisa conhecer a técnica e adaptar sua linguagem, anunciando a mensagem cristã. Somente assim se pode transmitir um ensino católico e comunicar com sucesso a imagem do Deus amor.
A conferência “Credibilidade da fé: O retorno da fé a razão da transmissão da fé”, proferida pelo Pe. Krzysztof Kauch docente de teologia fundamental de Lublino, Polônia. Nos apresentou  sua reflexão a partir de dois pontos. A relação entre fé, razão e ciência. A explicação do Papa João Paulo II sobre a crescente secularização. Não é a fé da Igreja que deve se adaptar ao hoje,  mas a cultura ocidental moderna que deve se renovar, que necessita de um novo espírito, uma nova esperança para sobreviver.
“Por uma Pedagogia do ato da fé” proferida pela Dra. Jem Sullivan, docente de catequética na Pontifícia Faculdade da Imaculada Conceição da Casa Dominicana de Estudos – Washington destacou que a catequese, enquanto comunicação da divina revelação, se inspira radicalmente na Pedagogia de Deus, de Cristo e da Igreja.
“Traditio Verbi: Harmonia entre Escritura, Tradição e Magistério” com o Pe. Alberto Franzini, pároco em Cremona, Itália. Nos apontou o tema da natureza da revelação nos seguintes tópicos:
1-    A natureza da revelação segundo a Dei Verbum;
2-    Revelação e Igreja
3-    Tradição e Escritura
4-    Igreja e Magistério
Com o Prof. Joel Molinário, teólogo e diretor do Instituto Superior de Pastoral Catequética de Paris, refletimos sobre o tema da “Acolhida do Catecismo da Igreja Católica na Catequese. Experiências e critérios para uma plena reinserção”. A partir do Concilio Vaticano II, do ano da fé e do Sínodo sobre a Nova Evangelização refletiu alguns pontos:
1-    O CIC e o Vaticano II;
2-    O CIC e o Ano da Fé;
3-    O CIC  e a Nova Evangelização.
O professor Joel mal conseguiu terminar de proferir sua fala, pois o Papa Francisco apareceu no fundo da sala Paulo VI antes do horário previsto provocando uma grande agitação em toda assembléia, com jeito descontraído andou pelo corredor e cumprimentou a todos por mais de 25 minutos. 
 (http://catequeseebiblia.blogspot.com.br/2013/09/congresso-internacional-de-catequese.html)