Junho é o mês em
que a Igreja Católica celebra a memória de Santo Antônio de Pádua ou de
Lisboa e duas solenidades: Natividade de São João Batista, e martírio de
São Pedro e São Paulo – Apóstolos.
No Brasil, as festas juninas são
populares desde o final do século XVI. As maiores comemorações são
realizadas no Nordeste, onde em algumas regiões chega a ser feriado,
pelo menos no dia de São João. A alegria é a marca das festas, com
diversos eventos folclóricos importados ou regionais. É o tempo das
danças típicas, sobretudo, quadrilha e forró, adivinhações, comidas de
milho, fogueira, fogos, etc. O Arraial ou “Arraiá”, onde tudo acontece,
lembra as comemorações juninas no campo, também chamado roça. Costuma-se
enfeitar o local com bandeirinhas de papel, lanternas e palhas de
coqueiro É um mês de muitas alegrias e entretenimentos para celebrar a
memória de grandes nomes de nossa Igreja, pessoas que levaram a sério o
chamado do Senhor e são venerados como santos.
Santo Antônio, celebrado no dia 13,
nasceu em Lisboa (Portugal) em 1195 e morreu nas vizinhanças de Pádua
(Itália) em 1231. Uma vida relativamente curta, vivida intensamente e
com muitos frutos. No batismo recebeu o nome de Fernando, passando a
chamar-se Antônio no momento em que fez sua profissão religiosa na
recém-aprovada Ordem dos Frades Menores, quando ainda vivia seu fundador
Francisco de Assis. Santo Antônio era Agostiniano e passou para a ordem
franciscana após assistir à chegada dos corpos dos cinco primeiros
missionários franciscanos enviados a Marrocos, na África, em 1220, e lá
trucidados pela fé. Antônio desejou substituí-los, porém, Deus tinha
outros planos, conduzindo-o para a Itália onde realizou um grande
trabalho como professor de Teologia para os seus confrades e eficiente
pregador, atraindo muitas almas para a prática da doutrina cristã. Era
um frade extremamente humilde e servidor e à sua intercessão são
atribuídos diversos milagres, inclusive em vida, daí a sua popularidade,
não somente em Portugal e Itália, mas no mundo inteiro, especialmente
no Brasil que recebeu grande influência da cultura e religiosidade
portuguesa. Santo Antônio foi proclamado Doutor da Igreja em 1946 pelo
Papa Pio XII, pelos seus numerosos escritos de profundo conteúdo
teológico, doutrinal e pastoral.
São João Batista, pela sua grande
importância na História da Salvação, é celebrado duas vezes durante o
Ano Litúrgico: dia 24 de junho, a sua natividade, e dia 29 de agosto, o
seu martírio. João era filho do sacerdote Zacarias e de Isabel, prima de
Nossa Senhora. Seu nascimento e missão foram anunciados pelo anjo
Gabriel. Foi João quem preparou os caminhos do Senhor, convidando todos a
mudar de vida e acolher o Reino de Deus. Nas águas do rio Jordão,
oferecia o batismo de conversão para todos que desejassem mudar de vida,
acolhendo a proposta do Reino. Destacou-se pela humildade, vida
penitente e coragem de denunciar os erros. Foi a denúncia da vida
irregular do rei Herodes que o levou a perder a cabeça. É por isso
considerado o mártir do sacramento do matrimônio.
São Pedro e São Paulo é a ultima
solenidade do mês de junho. No Brasil, quando o dia 29 cai em dia de
semana, a solenidade é transferida para o domingo seguinte, a fim de que
uma maior quantidade de pessoas possa participar da celebração. No
contexto das festas juninas, se dá uma maior ênfase a São Pedro. São
Paulo é mais celebrado no dia 25 de janeiro, festa de sua conversão.
Pedro, Pescador da Galiléia, de temperamento impulsivo, foi escolhido
por Jesus para líder dos Apóstolos. Foi um homem edificante,
especialmente pela maneira humilde como reconhecia suas faltas, chegando
às vezes às lágrimas. Jesus sempre compreendeu os limites de Pedro e o
apoiava. Ele tem muito a ensinar ao homem de hoje, cheio de falhas e
pecados. Ensina a não desanimar diante dos obstáculos e dificuldades
pessoais e comunitárias, e seguir adiante confiando na misericórdia e
proteção de Deus. São Pedro é o padroeiro dos pescadores que costumam
neste dia realizar procissões em mares e rios.
Em nossa Arquidiocese de Olinda e Recife
temos várias paróquias e comunidades dedicadas a estes santos,
especialmente Santo Antônio, padroeiro principal de nossa Arquidiocese,
da Cidade do Recife e do Estado de Pernambuco. Conforme o Diretório
Litúrgico da CNBB, Nossa Senhora do Carmo é Padroeira da Província
Eclesiástica de Pernambuco e Padroeira Secundária da Cidade do Recife.
Que o exemplo destes grandes mestres nos
ajudem a viver com crescente entusiasmo a nossa fé e nos estimule na
disposição de trabalhar, sempre mais, pela edificação do Reino de Deus.
Feliz mês junino para todos e todas!
Arcebispo de Olinda e Recife
http://www.arquidioceseolindarecife.org/2016/05/festividades-juninas/
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